De acordo com um estudo recente realizado pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), as doenças osteomusculares, que incluem condições como tendinites, lombalgias e dores musculares, são as principais causas de afastamento de trabalhadores no Brasil. Além dessas, as doenças do aparelho respiratório, as infecciosas e parasitárias, e os transtornos mentais também figuram entre os principais problemas de saúde que levam os profissionais a se afastarem de suas atividades laborais.

A pesquisa revela números alarmantes sobre a atuação das empresas na prevenção desses afastamentos. Os dados mostram que 29% das empresas não têm conhecimento sobre os principais motivos que levam aos desligamentos. Além disso, 49% das organizações que afirmam gerenciar as licenças não possuem um plano de ação efetivo para evitar esses afastamentos.

Ao aprofundar a análise dos resultados do estudo, alguns pontos se destacam, especialmente no que diz respeito à saúde mental. Essa questão surge como a principal causa de afastamento em determinados segmentos da indústria, como o setor farmacêutico. Outro aspecto preocupante é a falta de capacidade das lideranças em realizar uma gestão eficaz dos indicadores dos programas de bem-estar, o que pode impactar diretamente na saúde dos colaboradores.

Quando se avalia a função do setor de saúde ocupacional nas iniciativas das empresas, os resultados são igualmente preocupantes. Em quase metade das empresas entrevistadas, ou seja, 46%, não há participação desse setor nas estratégias de saúde. Contudo, quando bem capacitado, esse departamento pode desempenhar um papel crucial na gestão da saúde dos trabalhadores, contribuindo de forma positiva para o ambiente laboral.

Por outro lado, o estudo também indica um avanço significativo na adoção de soluções tecnológicas nos planejamentos de saúde funcional. O percentual de organizações que já implementaram ou que pretendem implementar essas soluções nos próximos 18 meses é de impressionantes 82%.

Entre as inovações em uso, destacam-se o acompanhamento médico por meio do teleatendimento, que é utilizado por 59% das empresas, e sistemas de business intelligence (BI) que monitoram indicadores de saúde ocupacional, com uma adesão de 52%.

Em relação aos cuidados preventivos, apenas 17% das empresas investem em ações voltadas à prevenção de doenças osteomusculares. No entanto, esse percentual aumenta significativamente para 79% quando se trata de iniciativas focadas na saúde mental dos colaboradores.

Recomendação

Diante dos dados apresentados, a recomendação para as diretorias das empresas é investir na gestão de saúde com uma abordagem mais assistencial. Isso inclui a adoção de ferramentas que garantam agilidade no tratamento dos dados e uma atuação mais eficaz dos departamentos de bem-estar e recursos humanos.

Um olhar mais abrangente para o cuidado com os empregados, que integre informações ocupacionais, assistenciais e previdenciárias, pode trazer melhorias significativas à qualidade de vida dos colaboradores. Além disso, essa abordagem pode resultar em ganhos financeiros tanto a curto quanto a médio e longo prazo para as empresas.

Especialistas sugerem que as empresas continuem a investir em ações que promovam o bem-estar dos trabalhadores, como a realização de exames médicos periódicos. A pesquisa identificou que 70% dos empregadores mantêm ambulatórios de saúde, sendo que 59% dessas unidades são próprias ou não terceirizadas, o que demonstra um compromisso com a saúde dos colaboradores.