O candidato a prefeito de São Paulo, Pablo Marçal (PRTB), parece ter decidido adotar uma nova abordagem em sua campanha eleitoral. Essa mudança de tom ficou evidente durante o debate realizado na manhã desta sexta-feira, dia 20, pelo SBT.
Antes mesmo de o debate começar, Marçal já havia mencionado a necessidade de mostrar sua “verdadeira face” ao eleitorado. Nos últimos dias, o candidato enfrentou um aumento na rejeição, conforme apontam as principais pesquisas de intenção de voto.
Reconhecimento ao Programa Pé-de-meia
Durante o debate, uma declaração de Marçal chamou a atenção. Ele elogiou sua adversária, Tabata Amaral (PSB), destacando seu trabalho na construção do programa Pé-de-meia. Este programa é voltado para estudantes do ensino médio que se encontram em situação de vulnerabilidade social, oferecendo pagamentos mensais de R$ 200. Esses valores são repassados pelo governo federal diretamente na conta do Caixa Tem dos beneficiários.
Marçal não hesitou em reconhecer a importância do programa e elogiou o governo federal por manter os pagamentos, ressaltando a relevância da iniciativa para os jovens em situação de vulnerabilidade.
Mudança de Posição sobre o Cadúnico
A declaração de Marçal pode ser interpretada como uma mudança significativa em sua postura. Nas últimas semanas, o candidato havia criticado abertamente os pagamentos do Bolsa Família, outro programa que utiliza o Cadúnico como base para a concessão de benefícios. Ele chegou a afirmar que o Bolsa Família funcionava como um “cabide” para desempregados, alegando que existia uma regra do governo federal que impedia os beneficiários de trabalharem.
Contudo, essa afirmação não corresponde à realidade. De acordo com informações do Ministério do Desenvolvimento Social, Família e Combate à Fome, não há qualquer impedimento para que os beneficiários do Bolsa Família possam trabalhar, desde que respeitem os limites de renda estabelecidos.
Repercussão nas Esferas Governamentais
As declarações de Marçal sobre os usuários do Bolsa Família geraram uma repercussão negativa entre alguns membros do governo federal. Nesta semana, o ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias (PT), respondeu diretamente ao candidato.
“É muito fácil atacar políticas para os mais pobres”, afirmou o ministro. Ele defendeu que “é falso que a política do Bolsa Família não cria um estímulo ao emprego, mas sim um emprego decente, adequado à realidade de cada pessoa”, argumentou Dias, enfatizando a importância de políticas sociais que realmente ajudem a população em situação de vulnerabilidade.
A mudança de tom de Marçal e suas interações com outros candidatos e membros do governo refletem um momento crucial em sua campanha, onde a percepção pública e a aceitação de suas propostas podem ser decisivas para o futuro político do candidato.